Como a Reprodução Humana Assistida pode ser uma via para tratamentos com Células-Tronco

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A ciência avança a passos largos, e com ela, as técnicas de reprodução humana assistida. Além de auxiliar na concepção de casais com dificuldades de fertilidade, essas técnicas também podem ser utilizadas para a seleção de embriões compatíveis com o HLA de um irmão já acometido por alguma doença grave, cujo tratamento eficaz seja o transplante de células-tronco.

Técnicas de Seleção de Embriões:

A seleção de embriões compatíveis com o HLA (Antígeno Leucocitário Humano) de um irmão é feita através da fertilização in vitro (FIV) e do diagnóstico genético pré-implantacional (PGD). Na FIV, os óvulos da mãe são fecundados com os espermatozoides do pai em laboratório. Já o PGD permite analisar os embriões em desenvolvimento para identificar aqueles que possuem o HLA compatível com o irmão doente.

A compatibilidade de HLA:

Antígeno Leucocitário Humano (HLA) são proteínas presentes na superfície de todas as células do corpo humano, com exceção das hemácias. Elas são responsáveis pela compatibilidade entre doadores e receptores de órgãos, tecidos e células-tronco.

O sistema HLA é composto por diversos genes, que se combinam para formar diferentes tipos de antígenos. Cada pessoa possui um conjunto único de antígenos HLA, herdado de seus pais.

A compatibilidade entre doadores e receptores de células-tronco é fundamental para o sucesso do transplante. As células-tronco do doador precisam ser compatíveis com os antígenos HLA do receptor para que não sejam rejeitadas pelo organismo.

Portanto, na FIV, a seleção de embriões compatíveis com o HLA de um irmão doente significa que os embriões selecionados terão os mesmos antígenos HLA que o irmão. Isso aumenta a chance de que as células-tronco do embrião sejam compatíveis com o irmão e possam ser utilizadas para um transplante, caso necessário.

Doenças Tratáveis com Transplante de Células-Tronco:

O transplante de células-tronco é um procedimento terapêutico que utiliza células não diferenciadas para repor células danificadas ou ausentes em diversos órgãos e tecidos. Entre as doenças que podem ser tratadas com o transplante de células-tronco, podemos citar:

  • Doenças do sangue: leucemia, linfoma, anemia falciforme, talassemia.
  • Doenças genéticas: doenças de depósito lisossomal, imunodeficiências primárias.
  • Doenças autoimunes: diabetes tipo 1, esclerose múltipla, artrite reumatoide.

O que são Células-Tronco e como ocorre o transplante:

As células-tronco são células indiferenciadas com capacidade de se dividir e se transformar em diferentes tipos de células do corpo humano. No transplante de células-tronco, essas células são coletadas do sangue ou da medula óssea do doador e injetadas no paciente. As células-tronco então migram para os órgãos e tecidos danificados e se diferenciam em células funcionais, ajudando na recuperação do paciente.

A Reprodução Humana Assistida ajuda a família a planejar a aplicação para um possível tratamento de um irmão mais velho. Neste caso, após a fecundação via FIV, a gestante contrata um banco de células-tronco que vai lhe acompanhar para realizar a coleta do sangue do cordão umbilical no momento do parto. O procedimento é totalmente indolor. 

Após coletado, o sangue do cordão umbilical é processado e armazenado em um tanque com temperatura controlada a -70ºC, assim mantida através de nitrogênio líquido. A quantidade de sangue do cordão umbilical varia de gestante para gestante. 

Bancos privados x banco público

Para garantir o uso em terapia para um irmão doente, é possível contratar um banco de células-tronco privado para realizar a coleta das células-tronco do cordão umbilical no momento do parto. As células coletadas são então armazenadas no banco para uso futuro, caso necessário. 

Além dos bancos privados que armazenam o material para uso futuro do próprio paciente, existe a Rede Brasil Cord, uma rede pública de bancos de sangue de cordão umbilical. 

Na Rede Brasil Cord, a gestante se voluntaria para a doação do sangue do cordão umbilical e o mesmo é processado e armazenado no banco público, podendo ser utilizado em transplantes de pacientes do SUS compatíveis em todo o país.

Fontes:

INCA | Clinical Trials | UFMG | Abrale

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