A força que o sangue exerce sobre as artérias, vasos sanguíneos que servem como transporte do sangue do coração para diferentes tecidos, é conhecida como pressão arterial (PA). Quando ela aumenta de forma anormal e recorrente, provocando resistência das artérias na passagem do sangue, acontece a hipertensão arterial sistêmica (HAS).
Conhecida popularmente como pressão alta, a doença atinge cerca de 24% da população brasileira. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, mais de 38 milhões de brasileiros acima dos 18 anos convivem com o diagnóstico de hipertensão, o que coloca o problema em posição de liderança entre todas as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT).
A hipertensão se instala sorrateiramente na vida dos pacientes e pode causar sérios problemas. Ela está diretamente relacionada aos riscos cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, os rins e até a visão podem sofrer com o desenvolvimento da doença.
Fatores de risco e prevenção
Na maioria das vezes não há uma causa definida para a hipertensão, mas a associação de fatores de risco eleva a predisposição à doença. Os fatores externos, aqueles que não são evitáveis, são compostos pela hereditariedade, obesidade, envelhecimento. A doença também é mais prevalente em pessoas negras. Já os fatores internos, riscos que são passíveis de prevenção, incluem sedentarismo, má alimentação, consumo excessivo de sal e/ou álcool, tabagismo e estresse.
A alimentação é um fator muito importante na prevenção da pressão alta. Ela não precisa ser restritiva, apenas saudável. Ou seja, incluir mais alimentos naturais (frutas, legumes, verduras) e integrais (grãos, cereais, farelos) e evitar industrializados. O consumo excessivo de sal é um problema, por isso ele deve ser moderado, mas nunca excluído da dieta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado consumir no máximo 5g de sal por dia (uma colher de chá ou 5 sachês). Para manter o controle, lembre que grande parte dos alimentos consumidos no dia a dia, como industrializados e embutidos, contêm sódio em suas composições.
Sintomas e diagnóstico da hipertensão
De perfil silencioso, os sintomas da hipertensão surgem apenas em casos mais graves, na falta de tratamento ou quando acontece uma mudança abrupta na pressão arterial. Os principais são dores de cabeça e no peito, tontura, vômito, falta de ar e visão borrada. Já o diagnóstico pode ser considerado mais simples.
A aferição da pressão arterial, um dos procedimentos mais realizados na medicina clínica, é fundamental para a descoberta e o controle da doença. Vale mencionar que apenas um profissional, seguindo um método específico, pode validar a confirmação da hipertensão.
Em geral, é necessário realizar a leitura da pressão arterial várias vezes até que um diagnóstico preciso possa ser estabelecido, incluindo não apenas a confirmação da hipertensão arterial, mas também a classificação da gravidade da doença e a estimativa do risco cardiovascular.
Aferição da pressão arterial
A leitura da pressão arterial (PA) é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). Seu cálculo leva em conta os dois estágios do ciclo cardíaco, sístole (pressão máxima que ocorre durante a contração do coração) e diástole (pressão mínima que ocorre no relaxamento muscular). Conforme as diretrizes brasileiras de 2020, a pressão arterial pode ser classificada em quatro níveis:
PA ≥ 140/90 mmHg = hipertensão
PA sistólica 130-139 e/ou diastólica 85-89 = pré-hipertensão
PA sistólica 120-129 e/ou diastólica 80-84 = normal
PA < 120/80 mmHg = ótima
O que fazer quando a pressão está alta
É preciso ter cuidado com as crenças populares que envolvem a pressão arterial. Quando ela estiver alta, acima de 14 por 9, e o paciente hipertenso sentir sintomas, as recomendações do profissional que realiza o acompanhamento do caso devem ser seguidas. Em geral, elas envolvem medicações indicadas para esse tipo de situação e na persistência do problema, ir ao pronto-socorro.
Já para pacientes não diagnosticados e sem sintomas graves, o mais indicado para baixar a pressão alta é descansar e ficar longe de situações estressantes. Se a pressão arterial permanecer alta, é recomendável buscar ajuda médica.
Tratamentos para pressão alta
A hipertensão arterial não tem cura, mas demanda um tratamento cuidadoso e personalizado para evitar complicações. A doença pode ser controlada desde que o tratamento recomendado seja mantido.
Como é comum na busca por mais saúde, a mudança de estilo de vida é a principal forma de tratamento não medicamentoso. Isso inclui evitar bebidas alcoólicas, reduzir o consumo de sal, perder peso for necessário, evitar o estresse e, principalmente, manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos.
Nos casos mais graves, a mudança de hábitos associada ao tratamento farmacológico com medicamentos vasodilatadores é indispensável. Embora possam agir por mecanismos diferentes, as drogas têm como objetivo comum a redução da resistência vascular periférica, assim levando a vasodilatação. Algumas das terapias utilizadas são diuréticos tiazídicos, antagonistas do cálcio e betabloqueadores.
Após o início do tratamento, faz parte da rotina do hipertenso aferir a pressão arterial em casa. A medida serve como controle da doença, assim como incentivo para autopromoção da saúde. No manejo da hipertensão, a participação do paciente e de sua rede de apoio faz toda a diferença.
Fique atento, este texto tem caráter informativo. O acompanhamento médico é indispensável para a promoção da saúde e bem-estar, prevenção de doenças e diagnóstico precoce.
Fontes: SBH I Saúde Abril I Ministério da Saúde I Pfizer I Drauzio Varella I Opas I PebMed I Omrom I Tua Saúde