A doença é diagnosticada anualmente em 250.000 mulheres em todo o planeta, ocasionando 140.000 óbitos por ano.
Dia 08 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, hoje uma data reconhecida internacionalmente através da ONG Ovarian Cancer Day. No Brasil, esse tipo de tumor representa aproximadamente 4% do total de casos e ocupa a sétima posição entre as neoplasias que mais atingem as mulheres, sendo o câncer ginecológico de maior letalidade, embora bem menos frequente que os cânceres de colo do útero e de mama. Não existe uma causa específica para a doença, porém os fatores de risco devem ser observados por ser considerado um tumor silencioso e, ao mesmo tempo, agressivo. Mais comum em mulheres acima de 40 anos, o câncer de ovário é de difícil diagnóstico e apresenta menores chances de cura de acordo com especialistas.
Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer, o INCA, a estimativa para 2016/2017 no Brasil é de 6.150 novos casos, um número preocupante. A reposição hormonal pós-menopausa, o tabagismo e a obesidade são alguns dos fatores de risco apontados por especialistas.
Para alertar a população feminina sobre a importância das consultas periódicas com um médico ginecologista, o Ovarian Cancer Day passou a ganhar força como uma data para conscientizar mulheres do mundo inteiro sobre medidas que possam antecipar o diagnóstico. Os sintomas do câncer de ovário podem ser confundidos com simples dores abdominais, prisão de ventre, inchaço, náuseas, diarréia, aumento da urina, ganho ou perda de peso súbito e hemorragia vaginal anormal, o que faz com que as mulheres procurem recursos tardiamente.
A região sul apresenta altas taxas de incidência desse tumor. O INCA estima que 13,28 novos casos a cada 100 mil mulheres devem ser diagnosticados na capital gaúcha este ano, enquanto que no Brasil inteiro a taxa é de 8,92 para cada 100 mil. Por isso, a prevenção é a melhor forma de evitar ou diagnosticar em tempo. Para especialistas, ainda não há um método de diagnóstico precoce totalmente efetivo para o câncer de ovário, fator que dificulta bastante a detecção da doença em fases iniciais.
Os tipos de câncer de ovário
Os tumores de ovário são nomeados de acordo com o tipo de células que se encontram na origem das neoplasias. Por meio de pesquisas, hoje já se conhecem mais de 15 tipos da doença. Em alguns casos, a paciente pode ser submetida à ressecção (remoção cirúrgica) dos ovários ou de parte deles, na região onde o tumor está alojado.
Os principais tipos são o câncer epitelial, que se desenvolve a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário e é mais incidente na fase pós-menopausa, e o câncer de células germinativas, que tem origem a partir das células que produzem os óvulos, tipo mais comum em pacientes jovens. Além disso, existem os chamados tumores mistos.
Ao contrário do câncer de ovário epitelial, os tumores ovarianos de células germinativas têm alto potencial de cura mesmo nos casos mais avançados.
Tratamentos
Como na maioria das neoplasias, não há um tipo de tratamento indicado isoladamente para o câncer de ovário e a abordagem vai depender do estágio em que a doença se encontra e do tipo diagnosticado. No entanto, a cirurgia geralmente é indicada como o manejo primordial para obter o material que irá definir o diagnóstico mais especifico, permitindo o estadiamento da doença e o início imediato do tratamento. A indicação terapêutica de radioterapia, quimioterapia ou terapias-alvo ficarão a critério do médico oncologista.
Por isso, é importante lembrar a recomendação para que toda a mulher mantenha em dia as consultas periódicas com o ginecologista. O mais importante para a prevenção é reconhecer que a doença existe e tem tratamento.