Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), mais conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapers, são uma perigosa tendência mundial, especialmente entre os mais jovens. É importante entender que eles não são uma opção saudável e inofensiva, nem mesmo para quem deseja parar de fumar. Continue lendo para entender como o cigarro eletrônico faz mal e qual a relação com diferentes doenças.
1. Como funcionam os cigarros eletrônicos
Enquanto o cigarro comum funciona por combustão, com o fogo queimando as substâncias químicas e gerando a fumaça que é inalada até chegar à corrente sanguínea, o cigarro eletrônico, que é um dispositivo mecânico-eletrônico alimentado por bateria, funciona por vaporização.
O líquido presente no reservatório do produto – geralmente uma mistura de álcool, água, glicerina, nicotina e aromas – é aquecido por uma pequena resistência e evapora rapidamente, resultando na inalação da fumaça que também chega à corrente sanguínea.
Segundo o Ministério da Saúde, a presença cada vez maior do cigarro eletrônico entre o público pode ser explicada por duas características muito específicas: aroma e um sabor agradável, muito diferentes do cigarro comum.
Isso ocorre graças a uma infinidade de essências disponíveis no mercado, sempre associadas a sabores doces, refrescantes e atraentes.
2. Por que o cigarro eletrônico faz mal
A Associação Brasileira de Medicina alerta que, ao contrário do que a indústria do tabaco vem promovendo, os cigarros eletrônicos não trazem nenhuma vantagem em relação ao cigarro comum – quem o usa também é fumante.
Já a Anvisa, que proibiu o produto no Brasil desde 2009, e sem nunca ter dado qualquer registro dele por aqui, enfatiza que os dispositivos eletrônicos para fumar também são um perigo por conta de sua falta de malefícios visíveis.
Em um parecer de 2017, a agência reguladora até mesmo informou que o produto transmite uma falsa sensação de segurança ao fumante. Isso porque o cigarro comum tem a capacidade de deixar vestígios no indivíduo, como cheiro forte, pele manchada e dentes amarelados.
Já o eletrônico é como se fosse um perigo invisível, não promove esses sinais no corpo e, por isso, é consumido sob o disfarce da recreação e do prazer.
3. Cigarro eletrônico e o desenvolvimento de doenças
Ainda que não cause os mesmos problemas que a combustão, o consumo da fumaça tóxica por meio de vaporização impacta a saúde de diferentes formas. Segundo Jaqueline Scholz, cardiologista e coordenadora do Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em entrevista ao G1, o cigarro eletrônico tem menos substâncias tóxicas, mas nem por isso é seguro.
“Com o cigarro eletrônico, a pessoa vai continuar dependente de nicotina e vai continuar fumando, só que de outra forma”, afirma a cardiologista. O consumo dos produtos que contêm nicotina, substância com propriedades psicoativas, promove alteração no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário, incluindo a dependência.
O uso do cigarro eletrônico, independente do tipo, também pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias, como enfisema pulmonar; doenças cardiovasculares, como AVC, hipertensão e infarto do miocárdio; além de dermatite e câncer. Por fim, segundo estudos, o uso do dispositivo aumenta em cerca de três vezes as chances do usuário fumar também cigarros comuns.
Este texto tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Se você deseja parar de fumar, busque ajuda especializada.
Fontes: AMB I Anvisa I Saúde Brasil I G1 I Ministério da Saúde