Câncer nos ossos: conheça tipos, sintomas e diagnóstico

O crescimento desordenado de células também pode atingir as diferentes partes dos ossos em qualquer região do corpo. Julho Amarelo, o mês dedicado à conscientização do câncer ósseo, reforça as principais informações sobre a doença, rara na forma primária, mas que ainda assim representa perigo, especialmente às crianças e adolescentes. Enquanto o tumor primário compreende cerca de 2% dos diagnósticos de neoplasias malignas ao ano, a metástase óssea, muito mais comum em adultos, tem origem, principalmente, na próstata, mama, tireóide, pulmão e rim.

Principais tipos e sintomas de câncer ósseo

Chamam-se sarcomas ósseos os tumores malignos que têm origem no tecido conjuntivo dos ossos e seus demais componentes. Eles são os tipos mais comuns e atingem principalmente os ossos longos dos membros inferiores e superiores. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) não produz estatísticas anuais sobre esse tipo de câncer, mas nos Estados Unidos, em 2021, segundo a American Cancer Society, cerca de 3.610 pessoas de todas as idades serão diagnosticadas com sarcoma ósseo primário. Esses tumores podem ser subdivididos em três tipos: osteossarcoma, condrossarcoma e sarcoma de Ewing.

Osteossarcoma
Considerado o tipo de câncer ósseo mais comum, é o tumor que inicia diretamente nas células ósseas. Geralmente ocorre em ossos dos braços, da pelve e em ossos longos – como o fêmur -, e tem maior prevalência em crianças, adolescentes e jovens adultos. Os principais indícios de osteossarcoma são dor e inchaço no local atingido, contudo, podem demorar a ser constantes e dificultar a observação. A dor ainda pode piorar no período noturno e aumentar durante a prática de atividades físicas. Além disso, quando o tumor atinge as pernas, pode alterar a marcha.

Sarcoma de Ewing
Também conhecido como tumor de Ewing, este câncer pode acometer qualquer região do corpo, mas é mais frequente nos ossos, inclusive liderando em segundo lugar na lista dos tumores ósseos mais comuns. O sarcoma de Ewing ocorre com maior prevalência em crianças e atinge, principalmente, as regiões do fêmur e da pelve. Segundo o Inca, apesar do perfil altamente agressivo, os avanços nos tratamentos já oportunizam uma sobrevida entre 70-80% em casos de câncer primário. Seus sinais e sintomas são um pouco mais variados e, além do inchaço, dor ou nódulo, é possível apresentar febre, perda de peso, mal-estar, anemia e fraqueza, entre outros. 

Condrossarcoma
Chama-se por esse nome o tumor que se desenvolve na cartilagem de qualquer parte do corpo, principalmente nos ossos dos braços, pernas e da pelve. Adultos acima dos 30 anos são os mais atingidos, com destaque para o público feminino. De acordo com o A.C.Camargo Cancer Center, esse tipo de tumor tende a ser diagnosticado em estágio inicial, geralmente com baixo grau (não costuma se disseminar). Devidos às características distintas, alguns subtipos incomuns de condrossarcomas podem ser divididos em diferenciados, mesenquimais e de células claras. 

Além dos sarcomas, existem outros tumores que se iniciam de forma primária nas células ósseas e atingem principalmente pessoas adultas: histiocitoma fibroso maligno, fibrossarcoma, tumor ósseo de células gigantes e cordoma. Quando os ossos são atingidos por metástases cancerígenas, tumores que têm origem em outra região do corpo, eles não são considerados câncer ósseo. Nestes casos, os tumores são classificados e tratados de acordo com o local de origem (o câncer primário). 

Prevenção e fatores de risco
Os tumores ósseos não são passíveis de prevenção pois estão associados a fatores que independem  das ações dos indivíduos. Portanto, fala-se somente em fatores de risco, geralmente associados a condições genéticas hereditárias. Segundo o Hospital Sírio Libanês, as doenças síndrome de Li-Fraumeni, síndrome de Rothmund-Thompson, síndrome de Bloom, síndrome de Werner, anemia de Diamond-Blackfan, doença de Paget, além de retinoblastoma hereditário e osteogênese imperfeita, estão associados a um risco maior de desenvolver câncer nos ossos.

É importante saber que, de acordo com a American Cancer Society (ACS), muitas alterações genéticas que levam ao câncer só causam a doença quando associadas a fatores variados durante a vida, e não hereditários, como a radiação. Acredita-se que eventos aleatórios dentro das células – sem causa externa – são, provavelmente, os principais responsáveis pelas alterações. Além disso, há ainda tumores ósseos que não estão relacionados a fatores de risco conhecidos.

Diagnóstico e tratamento
Segundo o ortopedista, Dr. Jefferson Soares Martins, em entrevista para o portal de notícias da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), “as neoplasias ósseas demoram, em nosso meio, cerca de 67 meses desde o início dos sintomas até o diagnóstico ao contrário das estatísticas europeia ou norte-americana.” Sintomas semelhantes a outras doenças e condições são um grande fator de complicação para o diagnóstico precoce dos tumores ósseos. 

O sarcoma de Ewing, por exemplo, tem sintomas semelhantes à osteomielite, já nas crianças, as dores nos ossos podem ser confundidas com dores de crescimento, assim como resultados de atividades físicas (especialmente quando são dores em um nos joelhos), brincadeiras ou acidentes domésticos. Por este motivo, frequentemente a doença é descoberta em graus mais avançados, muitas vezes aumentando a necessidade de mutilação. Para diagnosticar crianças e adolescentes de forma precoce, é importante contar com o apoio de um time: os cuidadores devem ficar atentos aos sinais e sintomas no cotidiano, e em casos de suspeitas, a avaliação clínica do pediatra deve ser associada a do ortopedista.

Os tratamentos para o câncer ósseo variam de caso a caso, conforme o diagnóstico, tipo de tumor e a região impactada. A terapia tem sempre como principais objetivos a preservação da vida do paciente, assim como evitar a amputação do membro afetado. Por fim, é importante reforçar que o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no tratamento, tanto aumentando a sobrevida quanto oportunizando a cura.

Fontes: Oncoguia I Oncoguia I Inca I Inca I ACS I ACS I ACS I ACS I HSL I Secad Artmed I A.C. Camargo I Sbot I SBC I HCP I Inca I Manual MSD I GOV BR I Ceot I Cancer Net 

Compartilhe

Receba Nossa Newsletter

Receba em seu e-mail as novidades do Blog da Remed. Nós não enviamos spam, combinado?