A vacina contra o câncer é um grande passo esperado pela comunidade científica. Seus avanços promissores são acompanhados de perto pela população mundial e, em especial, por quem pode ser beneficiado por elas. Neste Novembro Azul vale destacar a jornada de busca pela vacina contra o câncer de próstata, tumor maligno mais comum entre os homens.
Pesquisas para o desenvolvimento da vacina contra o câncer de próstata acontecem em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Por aqui, desde 2002 acontecem testes clínicos para uma vacina contra o câncer de próstata. Nos Estados Unidos ela já é realidade, e está aprovada desde 2010 pela Food and Drugs Administration. Em 2022, mais um grande passo em busca dessa alternativa de tratamento foi dado, dessa vez em estudo clínico da Universidade de Oxford que já iniciou a fase de testes em humanos.
Vacina brasileira para o câncer de próstata
Com testes clínicos iniciados em 2002, a vacina brasileira esteve em desenvolvimento pela equipe do médico Fernando Kreutz, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Criada a partir das células tumorais do próprio paciente, o fármaco tem o objetivo de evitar recidivas e morte pela doença.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em sua publicação Rede Câncer de 2014, edição 26, para a pesquisa da vacina foram avaliados, após seleção prévia, 48 homens, com idade média de 63 anos, que precisavam de cirurgia. Destes, 22 fizeram o tratamento convencional, apenas com radioterapia e hormônios, enquanto 26 receberam também doses da vacina. Após cinco anos, a avaliação mostrou que, no primeiro grupo, 48% dos homens estavam com a doença indetectável e no grupo que tomou a vacina, o índice saltou para 85%. Além disso, houve redução do número de mortes.
Vacina norte-americana foi aprovada em 2010
A primeira imunoterapia para o tratamento do câncer de próstata foi aprovada pela Food and Drugs Administration, dos Estados Unidos, em 2010. A vacina Provenge, produzida pela Dendreon Corp., prepara o sistema imunológico para lutar contra os tumores. Na época o tratamento já era visto como um acréscimo às opções e não uma substituição. Segundo estudos desenvolvidos pela empresa, a vacina acrescenta quatro meses de vida a homens com estágio avançado de câncer de próstata resistente à castração. Na época, a expectativa era de que a vacina aumentasse ainda mais a sobrevida em estágios menos avançados da doença.
Universidade de Oxford desenvolve vacina para câncer de próstata, pulmão e ovários
No Reino Unido, uma vacina contra o câncer de próstata, pulmão e ovários já está em fase de testes em voluntários. A terapia foi desenvolvida por pesquisadores da Oxford Vacmedix, uma empresa criada por cientistas da Universidade de Oxford, para atacar a proteína survivina, que é liberada por células cancerígenas para enganar o sistema imunológico e evitar que o corpo as ataque.
Usando uma versão sintética da proteína para ensinar o organismo a atacar a substância e reconhecer os tumores, a Oxford Vacmedix está sendo avaliada em 35 pacientes com câncer. Espera-se que a vacina funcione nos três tipos de cânceres, contudo ainda é preciso detectar os efeitos colaterais a longo prazo e o tempo de sobrevida proporcionado pela vacina.
Fontes: Oncoguia I Inca I Viva Bem I TJCC I Sanar Med I Gaúcha ZH