A obesidade está associada a uma redução na expectativa de vida de homens e mulheres, sendo considerada um fator de risco para o desenvolvimento de variadas doenças. Entre elas, já foi bem estabelecido pela comunidade científica a associação com o câncer colorretal, que atinge especialmente pessoas acima dos 50 anos. Enquanto o aumento mundial do diagnóstico de obesidade já preocupa a comunidade médica, a faixa-etária de risco para o câncer de cólon e reto também vem sofrendo alterações. Nos últimos anos ela diminuiu, impactando cada vez mais a saúde de jovens e adultos entre 20 e 39 anos.
O IMC pode ser um alerta para o câncer
IMC é a sigla para Índice de Massa Corpórea, cálculo utilizado para ajudar a identificar sobrepeso e obesidade, assim como a desnutrição. Para chegar ao resultado, o peso (em quilogramas) é dividido pela altura ao quadrado (em metros), sendo o IMC 24,9 e 30 kg/m2 considerado sobrepeso, IMC >30 obesidade e IMC>40 obesidade mórbida.
Um estudo de revisão sistemática com metanálise, conduzido por Hengjing Li e colaboradores, analisou a associação do IMC com neoplasia colorretal precoce (que inicia antes dos 55 anos). Conforme publicação do médico Guilherme Grossi Cançado no Portal Pebmed, “foi observado entre pacientes com sobrepeso e obesidade comparado a peso normal (odds ratio [OR] 1,42; IC95% 1,19–1,68). O aumento do risco foi diretamente proporcional ao aumento do IMC, sendo maior para obesidade (OR 1,88; IC95% 1,40–2,54) em relação a sobrepeso (OR 1,32; IC95% 1,19–1,47)”.
A revisão de estudos traz outra informação alarmante: os casos em que o IMC foi aferido no final da adolescência tiveram associação ao câncer colorretal. Assim, concluiu-se que sobrepeso e obesidade podem estar associados ao câncer de colorretal precoce entre o público mais jovem.
Obesidade e outros fatores
É preciso ficar atento, a obesidade não surge sozinha como um fator de risco para o câncer de cólon e reto. Ela, muitas vezes, é o resultado de uma série de hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação, especialmente quando é rica em carnes vermelhas e processadas, e diabetes.
O estudo Uncoupling Hepatic Oxidative Phosphorylation Reduces Tumor Growth in Two Murine Models of Colon Cancer, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Yale, acompanhou os efeitos de uma dieta rica em gordura em camundongos com tumores implantados ou modelos genéticos de câncer colorretal. Foi possível constatar que os altos níveis de insulina resultantes da obesidade aceleraram o avanço do câncer colorretal. Sendo assim, manter um estilo de vida saudável continua sendo a principal medida de prevenção para esse tipo de neoplasia.
Sobre o câncer colorretal
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2020 era de 40.990. Mulheres e homens são atingidos igualmente pela doença, situação que se repete na mortalidade estimada em 2019, que era de 20.578 óbitos.
O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino ou cólon e reto, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Com a detecção prematura e retirada dos pólipos, se evita a própria ocorrência do câncer.
Fonte: Pebmed I Abeso I Clinionco I Oncoguia I Cell I Vencer o câncer I INCA
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