Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus são doenças crônicas, que não têm cura, mas contam com tratamentos que oportunizam o bem-estar e a segurança do paciente por mais tempo. No segundo mês do ano, é sobre elas que a campanha Fevereiro Roxo busca promover a conscientização.
Além do caráter crônico, as três doenças carregam consigo o difícil diagnóstico e a gravidade dos sinais e sintomas com o passar do tempo. Em ambos os casos, a descoberta em estágios iniciais é capaz de controlar as manifestações e até mesmo retardar importantes alterações na saúde e no bem-estar como um todo.
Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo
A doença causa deterioração cognitiva e da memória, levando ao comprometimento progressivo das atividades cotidianas. Por este motivo, também é considerada um tipo de demência, que segue piorando com o avanço dos danos ao cérebro. Segundo a Alzheimer’s Association, a progressão é variável conforme o indivíduo, contudo, “pessoas portadoras de Alzheimer vivem em média até oito anos após o início dos sintomas”.
A perda de memória recente é o sintoma mais característico, mas ele também pode ser acompanhado de:
- repetição da mesma pergunta várias vezes;
- dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
- incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
- dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
- dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
- irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.
A idade e a história familiar são dois dos principais fatores de risco, mas a falta de estímulos cerebrais ao longo da vida também aumenta a probabilidade de desenvolver a doença. Nesse sentido, manter hábitos saudáveis associados a atividades intelectuais e sociais são importantes formas de retardar ou até mesmo inibir a manifestação do problema. Quanto ao tratamento do Alzheimer, ainda não há formas de impedir ou diminuir o ritmo dos danos cerebrais, mas medicamentos podem ajudar a melhorar temporariamente os sintomas da demência.
Fibromialgia é uma doença reumatológica
A doença, que afeta profundamente o bem-estar do indivíduo, tem como principal característica o surgimento de uma dor muscular crônica (que persiste por mais de três meses) e generalizada. Como consequência, a dor desencadeia sintomas variados, como fadiga e alterações de sono, memória e humor.
Apesar dos sintomas, ela não é uma doença inflamatória. Segundo a cartilha da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre a fibromialgia, estudos atuais apontam que a doença pode ser o resultado de uma interpretação equivocada do cérebro. É como se o órgão “interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor”, resume o documento.
Não há causa definida para o surgimento da fibromialgia, mas acredita-se que a presença de fatores psicológicos como estresse, ansiedade e depressão parecem influenciar seu início e manutenção. Além disso, histórico familiar do problema e/ou a presença de outras patologias reumatológicas aumenta a propensão de desenvolver a doença. O principal tratamento da fibromialgia é não-medicamentoso, consiste na manutenção de atividades físicas, especialmente exercícios aeróbicos, e acompanhamento psicológico.
Lúpus é uma doença inflamatória autoimune
Também conhecida como lúpus eritematoso sistêmico (LES), o lúpus é uma doença inflamatória de origem autoimune que afeta tanto a pele quanto as articulações, os rins e o cérebro. Devido à alteração no sistema imune, as manifestações clínicas são muito variadas e incluem desde manchas na pele, dor e inchaço nas articulações, inflamações em órgãos internos até febre, emagrecimento, entre outros.
A doença subdivide-se em dois principais tipos. O lúpus cutâneo manifesta-se apenas na pele, causando manchas avermelhadas ou eritematosas, principalmente na pele mais exposta à luz solar (rosto, orelhas, colo e braços). Já o lúpus sistêmico atinge, também, um ou mais órgãos internos.
O lúpus ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. E pode levar à morte, se não for tratada adequadamente. A medicina ainda não encontrou uma causa conhecida para a doença, mas fatores genéticos, hormonais e ambientais já são associados ao diagnóstico. Seu tratamento, individualizado e variável de acordo com a manifestação, tem como objetivo controlar a atividade da doença, minimizar efeitos colaterais dos medicamentos e garantir qualidade de vida ao paciente.
Enfrentar uma doença crônica é um grande desafio, mas o auxílio médico pode tornar tudo mais fácil. Na persistência de sintomas é indispensável buscar ajuda médica, somente um especialista pode definir o diagnóstico e as formas de tratamento.
Fontes: Alz ORG I Gov Saúde I Fiocruz I Bvsms I Falando de Lúpus